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Em 1891, ao preparar a edição em livro, o próprio Oscar Wilde decidiu ampliá-la com novos capítulos, mas excluiu ao mesmo tempo várias referências homoeróticas que haviam escapado à censura de Stoddart. Como é explicado na nota acerca do texto, de Paulo Faria, esta edição retoma o texto original, enviado para a Lippincott’s Monthly Magazine.
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789897830808 |
Editor: | Relógio D'Água |
Data de Lançamento: | novembro de 2020 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 156 x 232 x 14 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 192 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Clássicos |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789897830808 |
Olhar-nos ao espelho
Rui
Através da personagem de Dorian, um esbelto jovem britânico, e do seu grande amigo e maior influência - Lord Henry, Oscar Wilde cria uma narrativa centrada num conjunto de valores onde a imagem, o prazer e a fugacidade são os principais predicados - a forma acima do conteúdo, a aparência acima da essência, o supérfluo acima da profundidade. Uma filosofia de vida - o hedonismo - onde todos os meios justificam um fim: o prazer sensorial. Basil, um pintor amigo, apaixona-se pelo aspeto de Dorian e faz o seu retrato (que dá nome ao livro). Por sua vez, o retrato faz com que Dorian se apaixone por si mesmo. O narcisismo e a paixão incontida pela sua própria imagem levam Dorian a formular um desejo audaz: ser o retrato a sofrer as agruras da vida e do tempo, e não ele. Dorian está disposto a vender a sua alma pelo prazer de manter a sua imagem jovial, esbelta, sem mácula. Incrivelmente (ficcionalmente), o desejo de Dorian torna-se realidade: o retrato torna-se no espelho da alma de Dorian, sofrendo a consequências dos seus atos e o peso dos seus anos (envelhecendo), enquanto Dorian prossegue incólume na sua vida diletante, orgulhoso da sua imagem, desfrutando dos seus prazeres fugazes, dando asas ao seu ideal hedonista, sem que a sua imagem padeça. Com o passar do tempo, que o seu corpo não sente (a sua imagem mantém-se inalterada), Dorian vai sentir o terrível peso da sua consciência e terá de lidar com os mais perturbadores sentimentos. O Retrato de Dorian Gray convida-nos a olhar para a nossa própria alma (e para os nossos valores) ao espelho. Seremos assim tão diferentes de Dorian? O que veríamos no nosso retrato, no espelho da nossa alma? Este é daqueles livros que nos encosta à parede e nos incomoda na forma como nos faz questionar, sinal inequívoco da sua qualidade e da sua relevância para a nossa formação. Um daqueles livros para ler antes de morrer.
Mensagem importante
the.bookstalker
Gostei bastante do livro. Achei que, apesar da linguagem un pouco arcaica, é de fácil leitura e com uma mensagem bastante importante!