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«Emigrantes é o relato veemente de uma viagem existencial de ida e volta, que desagua no coração das trevas, que um sol negro ilumina, e onde o sonho mirra e a vida seca.»
Eugénio Lisboa
«A sua obra fecha um ciclo que a Peregrinação do Fernão Mendes Pinto abrira. E inicia outro que os nossos filhos verão cumprir-se. Ao otimismo expansivo do Mendes Pinto, os Emigrantes opuseram a reflexão pungente que a abordagem do real hoje suscita. À ascensão, a depressão. Aos damascos opulentos, a lã ancestral dos tosquiadores de Viriato.»
Mário Sacramento
«Criador revolucionário na história das nossas letras trouxe-lhe o pulsar vivo de um povo, trouxe-lhe emigrantes vivos, camponeses vivos, políticos vivos, «tabaréus» vivos, lágrimas vivas, gargalhadas vivas, e até, pela primeira vez, operários vivos de uma classe viva.
José Carlos Vasconcelos
«(...) [Emigrantes] Um dos romances fundamentais de Ferreira de Castro e dos primeiros anos do século XX na literatura portuguesa. Pela sua actualidade, pela sua reflexão sobre o drama da emigração, deve ser lido hoje, resgatando assim um escritor de linguagem riquíssima, adjectivante, rigorosa e de consideração crítica pela geografia humana, que tem sido injustamente esquecido.»
Raquel Ribeiro, Público, ípsilon 24-08-13
«Em todas as aldeias próximas, em todas as freguesias das redondezas, havia o mesmo anseio de emigrar, de ir em busca de riqueza a continentes longínquos. Era um sonho denso, uma ambição profunda que cavava nas almas, desde a infância à velhice. O oiro do Brasil fazia parte da tradição e tinha o prestígio duma lenda entre os espíritos rudes e simples. Viam-no reflorir nas igrejas, nos palacetes, nas escolas, nas pontes e nas estradas novas que os homens enriquecidos na outra margem do Atlântico mandavam executar.»
«(...) Todas as gerações nasciam já com aquela aspiração, que se fazia incómoda quando não se realizava. Acocorava-se no canto da alma, como um talismã, usável em momentos de desafio à sorte, ou como um bordão, para os instantes de soluções desesperadas.»
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789896231712 |
Editor: | Cavalo de Ferro |
Data de Lançamento: | julho de 2013 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 150 x 226 x 19 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 272 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789896231712 |
Na busca de melhor vida
Dinis Evangelista
Li pela primeira vez há cerca de 2 anos. Neste momento estou a ler novamente em 2 Clubes de Leitura, com uma particularidade, porque em contraposição com outras leituras, relacionadas com emigrantes que criaram grandes fortunas no tráfico de escravos, o que não foi o caso. Este Emigrante, Manuel da Bouça, para além de não conseguir fortuna, acabou por perder o pouco que tinha, que penhorou para pagar a viagem de ida. Em forma de síntese, quem melhorou a vida foi o proprietário da agência, que foi expandindo o seu negócio, abrindo nova agência. Na expansão da sua actividade de angariação não é alheia a mentira, com vista a encaminhar emigração para destinos menos adequados, menos próprio, sem causar problemas éticos.
O grande romance da emigração portuguesa
Vítor B.
Uma obra prima do realismo social, Ferreira de Castro narra a desventura de um emigrante português, analfabeto de Oliveira de Azeméis, que se endivida para partir para o Brasil. As promessas brasileiras nunca se concretizam, é explorado e chega a envolver-se vagamente em movimentos políticos. A sua experiência de vida apaga muita da ingenuidade inicial, mas a ambição cega resiste a tudo. É um brilhante retrato humano e social de Portugal e do Brasil do início do século XX, com vívidas cenas da Revolução Paulista de 1924, também chamada a revolução esquecida. Romance de uma beleza límpida e transparente.